Ave de Rapina
Onça
Cachorro
Cavalo
Gato
Arara

Com crescimento da população de gatos, Conselho Federal de Medicina Veterinária alerta para cuidados com os felinos

Editoria: Vininha F. Carvalho 04/12/2014

A população de gatos no Brasil é a segunda maior em todo o mundo e está perto de se igualar a de cães. A opção por ter um felino como bicho de estimação cresce de forma tão significativa no país, que tem incentivado a existência de clínicas veterinárias exclusivas para o atendimento a esses animais.

Diante dessa mudança, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) faz um importante alerta: garantir a saúde e o bem-estar animal deve ser o pensamento inicial de quem tem ou pensa em ter gatos.

São várias as razões pelas quais as famílias brasileiras têm optado pelos gatos, que vão desde sua adaptação mais fácil a lares menores e o próprio perfil desses felinos, mais independentes e autossuficientes.É o que explica o conselheiro do CFMV Marcello Roza, que, ainda, ressalta: “antes de a pessoa adquirir um gato, é preciso que ela entenda qual é a espécie mais adequada ao perfil da família. Por isso, é importante conversar com um médico veterinário antes da decisão de agregar um novo membro à família”, explica.

Além disso, somente o médico veterinário pode repassar informações idôneas sobre necessidades, segurança, saúde e bem-estar desses animais.

Assim como Roza, o vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás (CRMV-GO), Wanderson Ferreira, atribui à verticalização urbana dos municípios brasileiros como um dos motivos para o aumento do número dos felinos nas residências. “No Brasil, a população felina cresce em média 8% ao ano, enquanto a de cães permanece estagnada.

Em 2022, é esperado que haja 40 milhões de gatos no Brasil”, afirma Ferreira, que também é presidente da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet).

A expectativa da Abinpet é que, em sete anos, a população de gatos se iguale a de cães. Haverá um gato para cada cachorro. “Atualmente, são 21 milhões de gatos no Brasil e 37 milhões de cães”, revela Ferreira.

“Já nos Estados Unidos e na Europa, há mais gatos do que cães nas residências. Só nos EUA, atualmente, são 80 milhões de gatos e 65 milhões de cachorros.”, afirma.


- Cuidados com os animais:

O presidente da Abinpet conta que é comum as residências brasileiras abrigarem mais de um gato. Por isso, nesses casos é imprescindível ter conhecimento de detalhes importantes, a fim de garantir a saúde, a segurança e o bom convívio entre eles. Uma das recomendações é a instalação de um gatil fechado até o teto, com escadas, já que esses felinos gostam de dormir em locais mais altos.

“A interação é importante para o bem-estar da espécie. Contudo, embora os gatos sejam sociáveis, eles, inicialmente, não toleram outros gatos desconhecidos na apresentação inicial. Por isso, deve-se ficar atento a muitos animais em um mesmo ambiente”, esclarece Ferreira.

“Caso haja mais de três em uma mesma casa, é importante que cada um deles tenha seu espaço reservado. Naturalmente, os felinos distinguem seus próprios ambientes, sem invadir território alheio”, explica o vice-presidente do CRMV-GO.

Outra recomendação relativa ao comportamento do animal é do Dr. Marcello Roza. Embora os gatos sejam mais independentes, podendo passar até uma semana sozinhos – desde que estejam munidos de água e ração suficientes, além de sua caixinha de areia limpa e adequada para seu uso -, é preciso prestar atenção em longos períodos de ausência do dono, que podem deixá-los carentes e depressivos.

“Nos casos de viagem, o ideal é delegar a alguém conhecido a responsabilidade de visitar o gato a cada três dias para repor a água e a comida, além de fazer um pouco de companhia a ele”, ensina o conselheiro do CFMV.

A convivência entre esses felinos e os seres humanos pode ser pacífica, saudável e satisfatória para ambos os lados. Para isso, informe-se. Converse com um médio veterinário para entender o universo dos gatos, garantindo, assim, sua saúde e bem-estar.

A seguir, o CFMV traz algumas dicas e recomendações, lembrando que qualquer procedimento com os animais deve ter a orientação prévia do médico veterinário de sua confiança:


- Saúde e higienização:

· Os gatos são animais naturalmente limpos. Contudo, felinos de pelos longos devem ser penteados pelo menos uma vez por dia.

· Converse com um médico veterinário sobre a possibilidade de castração do animal, que pode garantir a ele uma vida mais longa e saudável.

· Certifique-se que os olhos e os ouvidos estão limpos e livres de secreções. Procure orientações de um profissional sobre como limpar a superfície do ouvido com um papel.

· Verifique a boca do gato para se certificar se os dentes estão limpos. Uma gengiva normalmente tem a cor rosa. Pergunte ao médico veterinário sobre os cuidados necessários.

· Não se descuide do controle de parasitas, mesmo que os gatos vivam em apartamentos. Para isso, agende uma consulta com um médico veterinário.


- Alimentação:

· A ração deve ser a base da alimentação do gato. Alimentos como leite e carne podem ser oferecidos, mas com moderação.

· Os gatos necessitam de proteína animal. Por isso, opte por oferecer rações com sabores de carne, frango etc.

· Estimule seu animal a beber água. Os gatos, por natureza, tomam pouca água. No entanto, a bebida é necessária para garantir uma vida saudável. Mantenha vasilhas de água em locais diferentes da casa.


- Proteção:

· Para famílias com mais de três gatos e com espaço suficiente, é recomendável a instalação de um gatil. Atente para que a construção tenha proteção total e seja fechada no teto. Vale incluir no espaço uma escada, já que os gatos gostam de dormir em locais mais altos.

· Em apartamentos, instale telas protetoras em janelas e sacadas, a fim de evitar quedas.

· E, por fim, faça visitas periódicas ao médico veterinário para garantir que seu gato goze de plena saúde e esteja com as vacinas preventivas em dia.


Fonte: Aline Augusta