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Cão-terapia: projeto social une equipe voluntária e animais em visitas com fins terapêuticos

Editoria: Vininha F. Carvalho 01/07/2011

Nas cidades de Campinas, Itu, Sorocaba e Piracicaba, todas no interior de São Paulo, 20 profissionais voluntários e 12 cães terapeutas, além de cinco que serão integrados à equipe ainda neste semestre, dão forma a um projeto amigo da saúde: o Medicão Terapeuta Multidisciplinar.

Os profissionais que integram o projeto utilizam o potencial canino para melhorar e, muitas vezes, mudar a vida de pacientes em tratamento, estudantes e idosos destas cidades.

O projeto Medicão Terapeuta Multidisciplinar visita regularmente os pacientes do Hospital Celso Pierro, crianças com câncer do Centro Infantil Boldrini e da Casa Ronald Mc Donald, pessoas com deficiências mental e física do Centro Educacional Integrado (CEI) e pacientes com deficiência visual do Instituto Pró-Visão.

A equipe também atua na área pedagógica, com os estudantes do Colégio Provecto, e na geriátrica, com idosos do Lar dos Velhinhos de Campinas. Em Itu, a visita é realizada no Instituto de Cegos Maria Luiza, em Sorocaba, no Instituto de Cegos ASAC, já em Piracicaba, no Hospital Unimed.

Criado para promover a “cão-terapia”, o projeto teve início há mais de 10 anos, quando sequer tinha nome; mas já nascia com uma equipe de peso: o cinotécnico e adestrador de cães Hélio Rovay Júnior fez a ideia ganhar vida com a ajuda da esposa, a pedagoga Adriana Maraccini, e a participação especial de Nina, sua cadela da raça Labrador.

Juntos, eles atendiam a um grupo de seis crianças com Síndrome de Down em um instituto de Campinas. A intenção de criar o projeto surgiu da paixão de Hélio Rovay por cães e da curiosidade sobre a Síndrome de Down – ele deu um jeito de unir os dois interesses e passou a estudar a “cão-terapia”.

“Comecei a analisar e isso acabou virando um vício”, comenta. Mesmo tendo de parar com as atividades do projeto durante algum tempo por falta de recursos, Hélio Rovay não abandonou a ideia; ou, como ele mesmo conta, não permitiram que ele abandonasse: “As pessoas diziam que eu não podia parar.

Hoje, o projeto já cresceu tanto que não daria mesmo para interromper”. A continuação das atividades foi permitida pelo apoio de empresas como a Bayer HealthCare, que desde 2009, auxilia com o custeio de uniformes, combustível e no tratamento veterinário necessário ao bem-estar dos animais.

“Optamos por destinar recursos a este projeto por acreditarmos nos benefícios do tratamento humanizado com a utilização de animais, sendo que cada paciente demonstra visíveis progressos ao receber esta visita especial”, comenta Gilberto Neto, gerente da unidade de Animais de Companhia da Saúde Animal, da Bayer HealthCare.

O trabalho minucioso envolve a seleção de animais e a manutenção de sua saúde, para que o mesmo possa circular em ambientes que exigem assepsia e boa conduta.

”O cão precisa ser confiante e estável. Há ainda requisitos básicos como ele não ser medroso ou tímido, além de permitir que as pessoas façam afagos. Inclusive, o animal recebe adestramento para que, em uma eventual interação mais exaltada, em que a pessoa puxe a orelha ou rabo, ele não tenha uma reação agressiva”, explica Hélio Hovay.

Os animais da equipe recebem uma dieta específica e acompanhamento veterinário para a aplicação de medicamentos contra parasitas, como pulgas e carrapatos, além de vermífugos, que os protegem contra a ação de vermes.

A rotina no dia das visitas inclui um banho detalhista com produtos hipoalergênicos, que atuam na segurança tanto dos animais, quanto das pessoas com quem eles terão contato. Para o fundador do projeto, tanta dedicação tem as suas recompensas.

“Nós sempre dizemos que juntos, fazemos a diferença. Esse trabalho dá a sensação de missão cumprida, pois sabemos que pequenas ações influenciam a vida das pessoas. A equipe, junta, de fato, faz a diferença”, finaliza Hélio Hovay.

Fonte: Cibele Pereira