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Mitos e verdades que circulam em relação ao acasalamento seguro dos animais

Editoria: Vininha F. Carvalho 10/06/2011

É fato que também pode existir ligação afetiva no mundo dos animais. Prova disso são os casos em que cães e gatos convivem juntos e, quando perdem um companheiro, dão sinais de tristeza, ficando muitas vezes depressivos. No caso da relação entre machos e fêmeas, que deve acontecer quando há interesse de procriação, é importante ter alguns cuidados para manter a saúde dos cães e gatos.

Confira as dicas da diretora do Hospital Veterinário Pet Care, Carla Alice Berl.

- Qual é a idade correta para começar o “namoro”?

No caso dos cães, o mais indicado para a fêmea procriar é procriar a partir do terceiro cio, ou seja, aproximadamente dos 18 meses em diante. Já os machos estão prontos para o acasalamento, em média, a partir dos oito meses. As gatas devem começar a acasalar somente depois de completar um ano de idade. É sempre importante respeitar o intervalo de pelo menos um cio de descanso antes de uma nova gestação, tanto em cães quanto em gatos.


- Existe uma idade limite?

No caso das fêmeas, é recomendado que não procriem após os cinco ou seis anos e machos não devem após os nove, porém, tudo isso depende da condição de saúde do animal.

- Os animais realmente precisam namorar?

Deve-se cruzar quando o objetivo for a procriação. O animal domesticado tem a indicação de ser castrado precocemente.

- Eles têm vontade?

Pode acontecer de o cão ter vontade sim, geralmente quando está próximo a uma cadela no cio. A atitude que alguns têm de simular o momento da cruza na maioria das vezes não é sinal de vontade de acasalar, mas os cães – fêmeas e machos – fazem isso para chamar a atenção, marcar território, entre outros motivos.

Já os gatos podem querer acasalar com a fêmea estando no cio ou não e muitas vezes forçam o cruzamento, e ela pode até ter a ovulação induzida no momento da cruza. Gatas que convivem com machos tendem a ficar mais vezes no cio e acontece também de uma fêmea, mesmo não convivendo, entrar no cio simplesmente pela presença de um macho.

No caso dos gatos, a fêmea realmente escolhe o macho, por isso pode ser que ela entre no cio e não queira aquele determinado gato.

- Quais são as formas de prevenir que minha cadela ou gata fique prenha?

A prevenção da prenhez sempre indicada é a cirurgia de ovariohisterectomia, ou seja, a esterilização. Hormônios injetáveis são altamente nocivos para a saúde delas.

- É verdade que é preciso colocar a fêmea para namorar pelo menos uma vez?

Trata-se de uma crença antiga, mas existem provas de que, procriando ou não, as chances de ter tumor de mama ou infecção uterina são as mesmas. Antigamente pensava-se que o fato de procriar diminuía a incidência destas doenças.

- Posso fazer um cruzamento entre raças diferentes?

O único perigo é se colocar um macho muito grande com uma fêmea muito menor, por exemplo, um pastor alemão com uma poodle toy. Isso porque a fêmea pode gestar um filhote muito grande, o que dificulta o parto normal.

- Existem doenças que são transmitas na relação?

A doença mais comum transmitida pelo cruzamento em cães é a brucelose, que causa vários problemas de saúde, além do aborto em fêmeas. Nos gatos o maior perigo é a transmissão da AIDS felina – que não é transmissível à humanos, mas é um vírus que causa imunodeficiência em gatos e todos os sintomas em consequência disto.

- Porque a gata faz tanto barulho na hora de cruzar?

É uma atitude normal da espécie. Às vezes o gato briga com outro gato ou, depois de cruzar, a fêmea sai batendo e brigando com o macho. O órgão genital do gato possui o que chamamos de espículas – semelhantes a espinhos – que causam dor na hora do coito e um sangramento, que é importante para o aumento da produção de um hormônio que induz a ovulação da gata.

- Quais os cuidados necessários para que o namoro aconteça da melhor forma para os animais?

É indicado ter um veterinário especializado em reprodução para fazer o acompanhamento do ciclo estral para que o acasalamento aconteça no período correto, analisar se o macho não é estéril e a qualidade de seus espermatozóides.



Fonte: Murilo Roosch