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Como proceder quando for encontrado um filhote de peixe-boi ?

Editoria: Vininha F. Carvalho 02/08/2010

A Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) atua em parceria com o Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e com o CPPMA resgatou mais um filhote de peixe-boi (Trichechus inunguis), batendo recorde de resgate, se comparado ao ano anterior. Este é o décimo primeiro exemplar da espécie encaminhado ao Parque Aquático Robin C. Best do Inpa.

O filhote de dois meses foi resgatado por um ribeirinho da comunidade do Caburi, a duas horas de distância do município de Parintins, distante à 420 Km de Manaus. O comunitário levou o animal para a sede do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) em Parintins, onde acionaram a Ampa para realizar o traslado.

O pesquisador da Ampa, Diogo Souza, chegou na tarde da quarta-feira (28/7) em Manaus com o filhote. Para o resgate, a Ampa contou com o apoio do Ibama e dos tripulantes do barco “Príncipe do Amazonas”.

O peixe-boi é um macho, aparentemente saudável. Pesa 12kg, o normal para a idade, e mede 1,05cm. Segundo relato do ribeirinho que o entregou ao Ibama, ele foi encontrado enrolado em uma malhadeira.

Durante a viagem de 24 horas, o filhote foi monitorado e amamentado pelo pesquisador que respondeu a vários questionamentos dos passageiros.

“O filhote foi a atração do barco. Várias pessoas me perguntaram se o animal era meu. Isso foi até engraçado. Tive que explicar que eu estava levando o filhote, com a concessão do Ibama para o Inpa, no qual fazemos o trabalho de reabilitação. Eu pude tirar várias dúvidas das pessoas sobre o animal. A viagem também serviu para conscientizar aquelas pessoas da importância que esses animais têm para a natureza”, explica.

O peixe-boi está recebendo os cuidados necessários para a sua reabilitação pela Equipe Amiga do Peixe-boi patrocinada pelo Programa Petrobras Ambiental, e agora passará por um período de quarentena para que ele se adapte a vida em cativeiro. Conforme o veterinário da Ampa/LMA Anselmo d’Affônseca, esse é um período importante para o sucesso da reabilitação.


Equipe do CPPMA, também Amigos do Peixe-boi, resgata filhote:

O Centro de Preservação e Pesquisa de Mamíferos Aquáticos (CPPMA), situado na Usina Hidrelétrica de Balbina, no município de Presidente Figueiredo, distante de Manaus 107 km, também resgatou na manhã de hoje (28/7) um filhote de peixe-boi.

O pequeno, de aproximadamente cinco meses, foi encontrado no município de Itapiranga, distante 356 km de Manaus, por pescadores; que entraram em contato com a Secretaria de Meio Ambiente local. Na última terça-feira (27), o coordenador do Centro de Preservação e Pesquisa dos Quelônios aquáticos (CPPQA) de Balbina e amigo do peixe-boi, Paulo Henrique de Oliveira, saiu em uma pequena embarcação com destino à Reserva de desenvolvimento Sustentável (RDS) Uatumã para buscar o filhote em Itapiranga.

O filhote foi transportado até a embarcação da Eletrobras Amazonas Energia e levado ao CPPMA, onde recebe os cuidados necessários para sua recuperação e adaptação ao novo lar. Segundo a veterinária e coordenadora do Centro, Stella Maris, o filhote está abaixo do peso, provavelmente se perdeu da mãe e, por isso, estava se alimentando de raízes e lodo.


O CPPMA é um centro de reabilitação de animais aquáticos da Amazônia, mantido pela Eletrobras Amazonas Energia, implantado em 1985. O CPPMA é formado por três tanques para abrigar botos e peixes-bois adultos, oito tanques para peixes-bois jovens e três recintos para ariranha e lontra, além das instalações de laboratórios, escritórios e centro de visitantes.

O Centro foi inaugurado em 1992, através da iniciativa da Eletronorte e do Ibama, com a chegada de um filhote de quatro meses, que teve a mãe morta por caçadores.


O veterinário da Ampa/LMA, Anselmo d’Affonseca, esclarece que o peixe-boi necessita de cuidados especiais, se retirado de seu habitat. “A nossa orientação inicial é que as pessoas não retirem o animal da água, logo que o avistarem, porque a mãe pode estar por perto. A gente recomenda que quando um filhote de peixe-boi for avistado sozinho; que a pessoa possa observar por alguns minutos para detectar se ele de fato está só. Se visto que a mãe não se aproximou da cria, aí sim, entrar em contato com os órgãos ligados ao meio ambiente para fazer o mais rápido possível o resgate”, ressalta.


Recorde de Resgate

Esse é o décimo primeiro filhote de peixe-boi encaminhado ao LMA/Inpa e o sexto encaminha para o CPPMA. “Só em 2009, 10 filhotes foram trazidos pra o Laboratório. Esse número foi recorde até então. Penso que a explicação para esse crescimento tenha duas hipóteses. A primeira possibilidade é que as pessoas podem estar mais conscientes sobre a preservação do peixe-boi e aí estão trazendo os animais para o Inpa. A segunda teoria é o aumento da caça, uma vez que as mães são capturadas, o número de filhotes órfãos aumenta”, ressalta a pesquisadora da Ampa/LMA, Isabel Reis.


O Ecólogo e diretor da Ampa, Jone César Silva, acredita que a ampla divulgação das ações da Associação ajudou para a conscientização da população e, consequentemente, para o aumento do número de resgate.

“A comunicação do projeto foi uma aliada para o aumento do número de resgate porque as pessoas estão vendo o nosso trabalho de resgate, reabilitação e reintrodução dos peixes-bois e percebendo a importância que esses animais têm na natureza. Desde março deste ano, começamos a investir na divulgação das nossas atividades, depois da aprovação do Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia: Conservação e Pesquisa, patrocinado peloPrograma Petrobras Ambiental”, ressalta


Com o novo filhote, os tanques de peixe-boi do LMA abrigam 46 animais, desses 12 são filhotes. No CPPMA, com o novo morador, têm 47 peixes-bois, sendo 6 filhotes.


Ajude a salvar uma vida

Os números para que a população possa entrar em contato em casos semelhantes são: o Batalhão de Policiamento Ambiental,(92) 3214-8904 e 190; o do Ibama, (92)3613-3094, da Ampa (92)3184-3882 e CPPMA (92)3647-1904



Foto : Louzamira Bivaqua

Fonte: INPA