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Estudo aponta ciência e tecnologia como caminho para desenvolvimento e preservação da Amazônia

Editoria: Vininha F. Carvalho 20/12/2008

O documento, definido como uma "Proposta da ABC para um Novo Modelo de Desenvolvimento para a Amazônia" traz uma avaliação das principais atividades econômicas da região com toda a rede existente envolvendo ciência e tecnologia (universidades, institutos, instituições de pesquisa, fundações de amparo à pesquisa, entre outras) e levanta as principais demandas e necessidades de ampliação e implantação.

Jacob Palis Júnior, presidente da ABC, afirma que a Amazônia ocupa o centro das preocupações estratégicas do Brasil e do mundo, tendo apenas uma forma para deixar de ser preocupação e virar solução: por meio da ciência e da tecnologia.

O reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Alex Fiúza de Melo, lembrou que "outros países se desenvolveram explorando as florestas até a extinção, mas não deixaram um modelo de desenvolvimento sustentável". Para Melo, diante deste cenário, "temos um desafio universalmente amazônico e amazonicamente universal: ser o primeiro país tropical plenamente desenvolvido".

O titular da Secretaria Estadual de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect), Maurílio Monteiro, afirmou que muitas das propostas elencadas pelo estudo da ABC já estão sendo praticadas no Pará, "basta dizer que, nos dois últimos anos, aumentamos em mais de dez vezes os investimentos em ciência e tecnologia".

O secretário disse ainda que os esforços estaduais na área se conciliam com a construção do Sistema Regional de Inovação (Sipi), que integra universidades, governo do Estado, instituições de pesquisa e empresas no desenvolvimento de novos (e amazônicos) produtos.

"As estratégias anteriores incentivadas no Pará seguiam o modelo mecânico e químico; hoje, é informacional e bioquímico, no qual se destacam, entre outras ações, a construção de três parques de ciência e tecnologia, em pólos de desenvolvimento do Estado e foco de pesquisa de acordo com as demandas sociais e vocações econômicas da região de instalação", assinalou Maurílio Monteiro.

Maurílio também destacou o programa Navegapará, que em dois anos interligou 200 escolas, hospitais, delegacias e outros órgãos públicos em mais de 50 municípios, além de levar internet gratuita e de qualidade à população, por meio de infocentros públicos.

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFPA, RobertoDall´Agnoll, que colaborou para a elaboração do estudo da ABC, destacou que a meta principal é fornecer as bases para a construção de um novo modelo dedesenvolvimento para a Amazônia, baseado na maior intensidade de ciência e tecnologia na economia e nas demandas sociais. Para tanto, o documento propõe um incremento extraordinário dos recursos para a ciência na região, sobretudo pelo governo federal.

O estudo da ABC propõe um total de recursos der R$ 30 bilhões nos próximos dez anos. As verbas seriam aplicadas, principalmente, na construção de estrutura física (como universidades e institutos tecnológicos) e na formação, atração e fixação de doutores e pesquisadores (veja abaixo quadro com as metas urgentes propostas pela ABC).

Desafios Urgentes (propostos pela ABC)

- Criação de novas universidades públicas, atendendo às meso-regiões que possuem densidades populacionais que justifiquem tal investimento.

- Criação de institutos científico-tecnológicos associados ao ensino e pesquisa tecnológica, descentralizando a infra-estrutura de C&T e permitindo a articulação de uma rede de grande capilaridade.

- Ampliação e fortalecimento da Pós-Graduação, expandindo de forma expressiva a formação, atração e fixação de pessoal altamente qualificado.

Fonte: Ex-Libris