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A raça do cão é importante fator no diagnóstico do osteossarcoma.

Editoria: Vininha F. Carvalho 31/08/2007

Osteossarcoma é uma importante moléstia óssea neoplásica, considerada um tumor primário maligno, o qual consiste na formação de osteóide, osso e cartilagem maligna. Chama-se tumor primário aquele local onde ele se inicia. O termo maligno refere-se à tendência dos tumores em formar metástases, isto é, a transferência do tumor primário a outros focos distantes pelos vasos sanguíneos ou pelos canais linfáticos.

O osteossarcoma é o tumor maligno, que incide com mais frequencia no esqueleto apendicular dos cães de raças grandes e gigantes. Em gatos é menos comum e, aparentemente, também menos maligno do que nos cães.

Suspeita-se que nas raças grandes de cães os traumas discretos, porém constantes e crônicos, possam propiciar o aparecimento deste tumor.

O osteossarcoma não parece ser um tumor hereditário, mas mostra haver predisposição racial, sexual, e de também estar relacionado com o grau de maturidade do cão.

Cães de porte grande tais como: Pastor Alemão, Dog Alemão, São Bernardo, Boxer, Labrador Retriever, Rottweiller, Doberman, Collie etc., são raças em que a incidência do osteossarcoma é maior. Portanto, a raça do cão é importante fator no diagnóstico do osteossarcoma.

Com relação aos gatos, as raças domésticas de pelo curto são as descritas com maior incidência.

Sabe-se também que estatisticamente, os cães machos são mais predisponentes, na maior parte dos relatos, ao redor de 1,2: 1.

Os sintomas clínicos do osteossarcoma são variados, mas dentre os achados anamnésicos mais comuns, podemos mencionar:

- Rápido surgimento da claudicação (mancando com o membro afetado), em torno de alguns dias;
- Tumefação intensa em torno da lesão, a qual apresenta-se dura e dolorida à palpação;

- As vezes o cão pode também apresentar febre e falta de apetite.

- Ocasionalmente, em casos mais avançados da doença, poderemos ter fraturas patológicas.

Ao redor de 90% dos casos de osteossarcoma é freqüente a formação metástases pulmonares microscópicas, já quando o diagnóstico é feito.

A maioria dos osteossarcomas, cerca de 75%, originam-se nos ossos longos e 23% nos ossos planos. Portanto, a relação entre ossos longos ou apendiculares (isto é, membros) e ossos planos ou axiais (caixa craniana, caixa toráxica e coluna vertebral) é de 4:1.

Observa-se, também, que a maior parte destes tumores, aproximadamente 75%, surgirão na metáfise do osso afetado (metáfise é a região entre a epífise e a diáfise de um osso longo).

A proporção entre os membros torácicos e pélvicos acometidos pelo osteossarcoma é de 1,7: 1. Ou seja, o osteossarcoma é mais comum de aparecer, primeiramente no membro torácico, mais na região abaixo cotovelo (rádio distal e úmero proximal) e, depois no membro posterior, mais em torno do joelho (fêmur distal e tíbia proximal).

As radiografias feitas no mínimo em duas posições, revelam a presença de áreas líticas e, proliferação óssea na região metafisária, reação periostal na maior parte dos casos e aumento acentuado de tecidos moles.

A velocidade de crescimento do tumor costuma ser rápida, muitas vezes não sendo reconhecido facilmente em seus estágios iniciais.
O diagnóstico do osteossarcoma é confirmado pela biópsia da lesão, pelos dados importantes colhidos na anamnese e exame clínico, tais como: raça do cão, idade, sintomas clínicos, radiografias, etc.

O tratamento do osteossarcoma ainda continua sendo um desafio para a pesquisa. Existe uma estatística de que cerca de 10 a 15% dos cães sobrevivem mais de nove meses após o diagnóstico e em seguida feita a amputação do membro afetado.

Atualmente, tratamentos quimioterápicos, imunoterápicos e radioterápicos associados com a amputação, podem ser utilizados, mostrando aumento de apenas algumas semanas a mais de sobrevida para o cão acometido.

O prognóstico para a sobrevivência de um cão com osteossarcoma a longo prazo é extremamente desfavorável. Na verdade, os objetivos básicos de um tratamento deveriam visar o alívio da dor e do desconforto como tentativa de melhora na qualidade de vida.

Entretanto, têm-se excepcionalmente alguns relatos de cães que viveram alguns anos após o diagnóstico. O que se vê na prática, a despeito da modalidade terapêutica utilizada, é que os cães tendem a viver ao redor de uns 9 meses após o diagnóstico de osteossarcoma.

Fonte: Dr. Gerson Bertoni Giuntini - Biólogo, Engenheiro Agrônomo e Veterinário

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