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Editoria: Vininha F. Carvalho 04/10/2006

Agomi – Uma história de adoção

Uma vira-lata preta encontrada perto do lixo. Um tamanho assim, de caber na palma da mão. Uma cabeça pequenina e uma barriga gigante. Não, ela não estava grávida, mas doente. Totalmente debilitada. Foi encontrada pela menina Thaísa, mas logo seu pai, o Dr. Carlos pediu para que não a tocasse porque estava doente e poderia lhe contaminar. A criança insistiu e pediu para adotá-la e o pai não permitiu. Mas ainda havia uma terceira pessoa nesse momento. Pedro, funcionário do pai de Thaísa, assistia a cena até que a menina pediu:

- Pedro, por que você não a leva pra você?

E por quê não haveria de levá-la? Entretanto, antes de levá-la para casa, Pedro a levou à clínica veterinária e durante meses de lá ouviu tudo. “Se ela resistir”, “se ela sobreviver”, “se ela agüentar”, tantos “se” vindos dos primeiros veterinários que a única coisa que Pedro poderia fazer era rezar para que Agomi fosse para sua casa, principalmente porque o Natal estava chegando e esse seria o meu maior presente.

Presente mesmo foi o que o Dr. Carlos lhe deu. Uma cama nova para Agomi com ursinho de pelúcia, ração e pratinhos. Foi como a veterinária Rosimeire, que abraçou a causa da Agomi, falou uma vez: “Agora ela é uma princesa”. Para Pedro o próprio nome auferido tem um significado. Fã de mangas e animes (filmes japoneses), Agomi, cujo nome em japonês se escreve Kagome, é uma heroína de um anime chamado Inuyasha. Pedro diz que Agomi é “a vira-lata” mais cara do mundo, devido aos gastos com internações e remédios.

Agomi passou o Natal na casa do Pedro. A cachorrinha frágil, superestimada pelos primeiros veterinários que a atenderam, agora demonstra que é tão guerreira quanto a personagem de quem leva o nome. Até aqui eu poderia terminar a história de Agomi, mas algo aconteceu. Agomi engravidou. E o único cachorro macho que há na casa do Pedro é o Negão, um cocker spaniel preto, que pertence ao seu irmão mais novo, o Paulinho.

Dessa primeira ninhada nasceram um casal. Pedro acompanhou todo o processo, desde o parto até os cuidados com os filhotes. O destino dos filhotes chegou a ser dúvida, mas Pedro foi determinado. Quis o mesmo que desejou para Agomi, um lar onde eles também pudessem ser princesa e príncipe e na primeira semana conseguiu os “pais adotivos” para os filhotes: Carmem e Dr. Carlos. Sim, o pai da Thaísa, a menina responsável pela nova vida da Agomi.

Fonte: Nandra Laura Faria Dias - jornalista - MS