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Diagnóstico precoce de Dirofilariose, Erliquiose e Lyme facilita o tratamento.

Editoria: Vininha F. Carvalho 08/09/2006

Freqüentemente tomamos a decisão de cuidar de nossos animais de estimação quando alguma moléstia já está instalada e às vezes até em grau adiantado em sua evolução. Sempre recomendamos que o diagnóstico precoce é, foi e será a melhor forma de prevenirmos as doenças, evitando assim transtornos futuros mais sérios.
Quando podemos detectar alguma doença em sua fase inicial, geralmente teremos um tratamento mais eficaz, mais rápido e menos dispendioso.

Pelo fato de estarmos num país tropical, com a predominância de um clima quente e úmido durante a maior parte do ano, é alta a prevalência ou ocorrência de ectoparasitas, particularmente os ectoparasitas hematófagos, ou seja, aqueles artrópodes que pelo fato de se alimentarem de sangue, são potencialmente vetores de doenças.

Isso significa que quando um ectoparasita se alimenta do sangue de um animal infectado com microorganismos, ele potencialmente poderá ser transmissor destes microorganismos para outros animais ou seres humanos sãos.

Em nosso meio o problema pode ser considerado mais grave, pois muitas vezes faltam pesquisas científicas e levantamentos estatísticos que nos mostrem com que freqüência algumas doenças ocorrem. Vale salientar que em vários países com graus bem menores de incidência de doenças tropicais, atualmente eles empregam programas de diagnósticos preventivos muito mais agressivos.

No caso da dirofilariose, os ectoparasitas hematófagos envolvidos são as inúmeras espécies de mosquitos ou pernilongos sugadores de sangue. A dirofilariose é atualmente considerada como um dos grandes problemas clínicos, que promete tornar-se mais sério com o tempo, por ainda não ter solução definitiva.

É uma patologia causada por um parasita denominado de Dirofilaria immitis, parasita este que se aloja no coração e artérias pulmonares acometendo cães, gatos e acidentalmente o homem, quando picados pelos mosquitos transmissores. É, portanto, uma zoonose, ou seja, doença transmitida de animais para humanos.

A maioria dos cães e gatos infectados não apresenta sintomas clínicos até que a doença atinja um estágio mais avançado. Os tratamentos requerem hospitalização temporária dos animais infectados pelas larvas adultas, oferecendo um apreciável risco de complicações e não há qualquer sucesso notável ou duradouro em restituir de maneira eficaz a função fisiológica de cães pesadamente infectados.

É importante salientar que não adianta combatermos as microfilárias (forma larval da Dirofilaria immitis) com produtos microfilaricidas se não tivermos a certeza de que o animal em questão está livre das formas adultas. Ou seja, os microfilaricidas são eficazes e indicados nos casos de animais que sabidamente não apresentam as formas adultas instaladas no coração, pois agem somente nas microfilárias e não nos adultos. Portanto, o diagnóstico correto de animais acometidos é fundamental para que se institua uma forma adequada de tratamento.

Já a erliquiose canina e a doença de Lyme apresentam os carrapatos como vetores responsáveis, os quais transmitem o microorganismo através de suas secreções salivares contaminadas.
A erliquiose é causada por uma riquétsia sendo o principal agente a Ehrlichia canis. Apresenta distribuição geográfica mundial, tanto em países tropicais, como subtropicais e temperados, sendo o transmissor da doença o carrapato conhecido como carrapato vermelho do cão, o Rhipicephalus sanguineus.

A erliquiose apresenta uma grande variedade de síndromes clínicas em cães e canídeos silvestres, podendo apresentar-se sob as formas aguda, subclínica e crônica. Normalmente a forma mais observada nos atendimentos de rotina é a forma aguda, pois nesta fase o animal pode apresentar sintomas mais evidentes, tais como febre, inapetência, perda de peso, icterícia, prostração, sinais neurológicos, hemorragias, anemia, vômitos esporádicos, cio prolongado, etc.

Muitas vezes, por falta de um diagnóstico mais rápido, as fases subclínica ou crônica suave da erliquiose passam mais despercebidas, pois os animais costumam apresentar alterações menores ou até mesmo apresentarem-se assintomáticos.

Recentemente foi constatada erliquiose em humanos, sendo por isso também considerada uma doença de potencial zoonótico.
Finalmente a doença de Lyme ou borreliose, é causada pelo espiroqueta Borrelia burgdorferi.

O vetor comum para a transmissão desta patologia é o carrapato dos cervos, Ixodes dammini. Tanto cães como humanos são susceptíveis à doença, a qual no cão provoca uma série de sintomas clínicos, dentre eles o mais importante é uma claudicação aguda devida a uma poliartrite, incluindo febre, perda de peso, prostração etc. Temos notícia de somente um caso da doença de Lyme descrita aqui no Brasil em um ser humano, quer por ainda apresentar baixos índices significativos, quer por falta de diagnóstico.

Existe atualmente um moderno kit de teste antígenos e anticorpos, o qual combina num único procedimento, testes para estas três doenças: a dirofilariose, a erliquiose e a borreliose (ou doença de Lyme). Este teste apresenta alta sensibilidade e especificidade, representando um enorme avanço na medicina veterinária, pois viabiliza num atendimento de rotina diário, um exame rápido, prático e seguro de animais suspeitos.

Pelo alto índice de mosquitos e carrapatos na região de Cotia, interior de São Paulo, e cidades circunvizinhas, alertamos os proprietários dos riscos destas doenças, os quais assumem proporções assustadoras devido à presença de um grande número de cães errantes que funcionam como reservatórios de endoparasitas e ectoparasitas. Como estes animais estão fora do alcance de cuidados veterinários é improvável a erradicação destas doenças.

Informamos que temos à disposição estes kits de testes e como medida preventiva, recomendamos já na primeira consulta, que se realize o teste para dirofilariose, erliquiose canina e doença de Lyme em todos cães, procedimento este que pode ser incorporado juntamente com a vacinação anual, mesmo naqueles casos em que o proprietário nunca tenha observado carrapatos em seus animais.




Fonte: Dr. Gerson Bertoni Giuntini - Biólogo, Engenheiro Agrônomo e Veterinário

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